A folia toma conta do Calçadão, do largo Edmar Fetter e de ruas da área central de Pelotas. Marchinhas que marcaram época e sambas-enredo que ficaram na memória são a trilha musical deste sábado (25), que espalha alegria a diferentes gerações. De bebês a idosos. Fantasias, coreografias, sorrisos e muito suor integram o cenário. Como pano de fundo uma temperatura de 29ºC.

O Bloco União Democrata ajudou a comandar a diversão e levou 120 anos de história para rua. Os 50 instrumentistas - entre sopro e percussão - passaram a ser acompanhados pelo público, que disputava um espaço na sombra para amenizar o calor. Foi o caso da aposentada Noeli Espíndola, 80, que fez questão de segui-los até o largo Edmar Fetter. "Lembro quando muitos deles eram jovens", descontrai a admiradora.

E foi assim durante todo o percurso. Consumidores parados para assistir. Comerciários na porta das lojas para se juntar ao cordão. Celulares ao alto para fotos e vídeos. Canteiros e bancos viraram camarote. E muita gente caiu no samba, como o vendedor ambulante Fernando Ferreira, 66, que espontaneamente criou coreografia com o chapéu. "Adoro Carnaval", resumiu, antes de seguir caminho.

Em meio à brincadeira, assunto sério
Um dos pontos de encontro, desde o final da manhã, é a esquina da 15 de Novembro com 7 de Setembro, onde o Bloco na Rua reforça o convite à folia. O projeto de extensão Eu quero é botar meu bloco na rua, desenvolvido ao longo de 2016 no Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IF-Sul), ultrapassou os limites da instituição e partiu à prática: veio, literalmente, para rua neste sábado, com o reforço de parte da bateria da Escola Academia do Samba.

Camisetas com os dizeres "Impeachment sem crime é golpe. Volta Dilma" e o estandarte "Anula o golpe" chamavam a atenção. "O Carnaval sempre foi um espaço para brincadeira, mas também de mobilização", ressalta o professor Manoel Porto Júnior, um dos coordenadores do projeto de extensão.

Fica, portanto, o convite à descontração saudável neste feriadão.